Daniel Sheanan Colmenero Lin
18 de out. de 2024
Estudo revela que vacinas do Programa Nacional de Imunização norte-americano aumentam chances de autismo, TDAH e dificuldades de aprendizagem em crianças de modo significativo
Um estudo liderado por pesquisadores do Departamento de Epidemiologia e Bioestatística da Jackson State University comparou crianças vacinadas (não inclui vacinas da COVID-19 desde que o estudo é anterior ao SARS-CoV-2) e não-vacinadas numa ampla gama de resultados de saúde, incluindo condições agudas e crônicas, utilização de medicamentos e serviços de saúde; e determinou se foi encontrada associação entre vacinação e transtornos do neurodesenvolvimento (DNDs). O estudo com mães de crianças educadas em casa foi realizado em colaboração com organizações de ensino doméstico em 4 estados dos EUA: Flórida, Louisiana, Mississippi e Oregon. As mães responderam um questionário anônimo online sobre seus filhos biológicos de 6–12 anos com respeito a fatores relacionados à gravidez, histórico de nascimento, vacinas, doenças diagnosticadas por médicos, medicamentos usados e serviços de saúde. O DND, uma medida diagnóstica derivada, foi definido como tendo um ou mais dos três diagnósticos intimamente relacionados: Deficiência de Aprendizado, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Transtorno do Espectro Autista (TEA). Foi obtida uma amostra de conveniência de 666 crianças, das quais 261 (39%) não eram vacinadas.
Uma grande controvérsia atual é saber se a vacinação desempenha um papel nos transtornos do neurodesenvolvimento (DNDs), que incluem dificuldades de aprendizagem, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Transtorno do Espectro Autista (TEA). A controvérsia é alimentada pelo fato dos EUA estarem enfrentando uma "pandemia silenciosa" de neurotoxicidade do desenvolvimento onde cerca de 15% das crianças sofrem de deficiência de aprendizagem, déficits sensoriais e atrasos no desenvolvimento. Em 1996, a prevalência estimada de TEA era de 0,42%. Em 2010, ela aumentou para 1,47% (1 em 68), com 1 em 42 meninos e 1 em 189 meninas afetados. Mais recentemente, com base numa pesquisa do CDC com pais entre 2011 e 2014, estimou-se que 2,24% das crianças (1 em 45) tinham TEA. As taxas de prevalência do TDAH também aumentaram significativamente nas últimas décadas. O aumento geograficamente disseminado de TEA e TDAH sugere um papel para um fator ao qual praticamente todas as crianças estão expostas. Produtos químicos agrícolas também são foco atual de pesquisa. O papel contributivo das vacinas no aumento dos diagnósticos de DND permanece desconhecido porque faltam dados comparativos de saúde de crianças vacinadas e não-vacinadas.
A necessidade de tais estudos é sugerida pelo fato de que o Programa de Compensação de Lesões por Vacinas até 2017 já havia pago US$ 3,2 bilhões em compensações por lesões causadas por vacinas desde sua criação em 1986. À época, um estudo de reivindicações compensadas pelo Programa de Compensação de Lesões por Vacinas para encefalopatia induzida por vacina e distúrbio convulsivo encontrara 83 reivindicações reconhecidas como decorrentes de danos cerebrais. Em todos os casos, foi observado pelo Tribunal de Reivindicações Federais, ou indicado em acordos de liquidação, que as crianças tinham autismo ou TEA.
Doenças Infecciosas e Doenças Crônicas em Crianças Vacinadas
As crianças vacinadas (N=405) eram significativamente mais propensas a terem sido diagnosticadas com rinite alérgica (10,4% vs. 0,4%, p <0,001), outras alergias (22,2% vs. 6,9%, p <0,001), eczema/dermatite atópica (9,5% vs. 3,6%, p = 0,035) e quaisquer doenças crônicas (44,0% vs. 25,0%, p <0,001).
A vacinação também foi fortemente associada à otite média (19,8% vs. 5,8%, p <0,001) e pneumonia (6,4% vs. 1,2%, p = 0,001), que estão entre as complicações mais comuns da infecção por sarampo. As chances de otite média foram quase 4x maiores entre os vacinados e as chances de colocação de tubo de ventilação nos ouvidos foram 8x maiores do que entre as crianças não vacinadas. Infecções de ouvido são comuns na infância e representam uma das principais razões para o uso de antibióticos em crianças. Os autores sugerem que a vacinação pode alterar a composição bacteriana das vias respiratórias, levando a um aumento de certas bactérias não cobertas pelas vacinas, como a Moraxella catarrhalis, que está associada a infecções de ouvido.
Não foram observadas diferenças significativas entre crianças vacinadas e não vacinadas em relação à rubéola, hepatite A ou B, febre alta nos últimos 6 meses, sarampo, caxumba, meningite (viral ou bacteriana), influenza ou rotavírus. Todavia, crianças vacinadas eram significativamente menos propensas do que as não vacinadas a terem tido varicela (7,9% vs. 25,3%) e coqueluche (pertussis) (2,5% vs. 8,4%, p <0,001), possivelmente devido à cobertura vacinal.
Uso de Medicamentos e Serviços de Saúde
Os vacinados eram significativamente mais propensos do que os não vacinados a usar medicação para alergias (20,0% vs. 1,2%, p <0,001), a ter usado antibióticos nos últimos 12 meses (30,8% vs. 15,4%, p <0,001) e a ter usado medicamentos para febre pelo menos uma vez (90,7% vs. 67,8%, p <0,001). Os vacinados também eram mais propensos a ter consultado um médico para um check-up de rotina nos últimos 12 meses (57,6% vs. 37,2%, p <0,001), visitado um dentista no último ano (89,4% vs. 80,5%, p <0,001), visitado um médico ou clínica devido a uma doença no último ano (36,0% vs. 16,0%, p <0,001), ter sido equipado com tubos de ventilação para os ouvidos (3,0% vs. 0,4%, p = 0,018) e passado uma ou mais noites no hospital (19,8% vs. 12,3%, p = 0,012).
A razão para a hospitalização e a idade da criança na época não foram determinadas, mas esta última descoberta parece consistente com um estudo de 38.801 relatos ao Sistema de Notificação de Eventos Adversos a Vacinas (VAERS) de bebês que foram hospitalizados ou morreram após receberem vacinas. O estudo relatou uma relação linear entre o número de doses de vacinas administradas de uma vez e a taxa de hospitalização e morte; além disso, quanto mais jovem era o bebê no momento da vacinação, maior era a taxa de hospitalização e morte. A taxa de hospitalização aumentou de 11% para 2 doses de vacina para 23,5% para 8 doses (r2 = 0,91), enquanto a taxa de letalidade aumentou significativamente de 3,6% para aqueles que receberam de 1 a 4 doses para 5,4% para aqueles que receberam de 5 a 8 doses.
Vacinação e Distúrbios Neurodesenvolvimentais (DND)
O segundo objetivo do estudo focou num desfecho específico de saúde e foi projetado para determinar se a vacinação estava associada a distúrbios do neurodesenvolvimento e, em caso afirmativo, se a associação permanecia significativa após ajuste para outros fatores medidos. Crianças vacinadas eram significativamente mais propensas do que as não vacinadas a terem sido diagnosticadas com DNDs: dificuldade de aprendizado (5,7% vs. 1,2%, p = 0,003), TDAH (4,7% vs. 1,0%, p = 0,013), TEA (4,7% vs. 1,0%, p = 0,013), ou qualquer distúrbio do neurodesenvolvimento (ou seja, dificuldade de aprendizado, TDAH ou TEA) (10,5% vs. 3,1%, p <0,001).
Na análise não-ajustada, as chances associadas a DND foram: 3,7x maior para vacinados; 2,1x maior em homens; 2,9x maior em ambiente adverso (definido como morar a 1-2 milhas de uma fábrica de móveis, um local de resíduos perigosos ou uma fábrica de processamento de madeira); 2,3x maior sob uso materno de antibióticos durante a gravidez; e 4,9x maior sob nascimento prematuro. Na análise ajustada, os fatores que permaneceram significativamente associados a DND foram: vacinação (3,1x maior); gênero masculino (2,3x maior); e nascimento prematuro (5x maior). Isso sugere que a vacinação pode ser um fator contribuinte na patogênese de DNDs, mas também que o nascimento prematuro por si só pode ter um papel menor ou muito reduzido em DND (definido aqui como TEA, TDAH e/ou dificuldade de aprendizado) do que se acreditava anteriormente.
As taxas nacionais de TDAH e de dificuldade de aprendizado são comparáveis às do estudo. A taxa de TDAH nos EUA para idades de 4 a 17 anos (o dobro da faixa etária das crianças do presente estudo) é de 11%. A taxa de TDAH do estudo para idades de 6 a 12 anos é de 3,3%, e 4,7% quando apenas crianças vacinadas são incluídas. A taxa nacional de dificuldade de aprendizado é de 5%, e os dados do estudo mostram uma taxa de 3,9% para todos os grupos e 5,6% quando apenas crianças vacinadas são incluídas. No entanto, a prevalência de TEA de 2,24% a partir de uma pesquisa com pais conduzida pelo CDC é menor do que a taxa de 3,3% observada no estudo.
Diferenças de Gênero em Doenças Crônicas
Entre os vacinados, os meninos eram mais propensos do que as meninas a serem diagnosticados com uma condição crônica – de forma significativa no caso de rinite alérgica (13,9% vs. 7,2%, p = 0,03), TEA (7,7% vs. 1,9%, p = 0,006) e qualquer distúrbio do neurodesenvolvimento (14,4% vs. 6,7%, p = 0,01). O percentual de meninos vacinados com NDD neste estudo (14,4%) é consistente com achados nacionais baseados em respostas dos pais a perguntas da pesquisa, indicando que 15% das crianças americanas de 3 a 17 anos nos anos de 2006-2008 tinham um NDD. Meninos também são mais propensos do que meninas a serem diagnosticados com NDD, e TEA em particular.
Vacinação Parcial versus Total
Em apoio à possibilidade de que o número de vacinações recebidas possa estar implicado nos riscos de doenças crônicas associadas, uma comparação entre crianças não vacinadas, parcialmente vacinadas e totalmente vacinadas no presente estudo mostrou que as parcialmente vacinadas tinham maiores, mas intermediárias, chances de doenças crônicas, situando-se entre as das crianças não vacinadas e totalmente vacinadas, especificamente para rinite alérgica, TDAH, eczema, dificuldade de aprendizado e DND como um todo.
Vacinação e Nascimento Prematuro
Os resultados também sugerem que a combinação de vacinação com nascimento prematuro pode aumentar as chances de DND além do que a vacinação sozinha poderia causar. Nascimento prematuro tem sido há muito tempo conhecido como um fator importante para DND, mas como os bebês prematuros são rotineiramente vacinados, os efeitos separados do nascimento prematuro e da vacinação não foram examinados. O presente estudo sugere que a vacinação pode ser um fator contribuinte na patogênese de DND, mas também que o nascimento prematuro por si só pode ter um papel menor ou muito reduzido em DND (definido aqui como TEA, TDAH e/ou dificuldade de aprendizado) do que se acreditava atualmente.
A combinação de nascimento prematuro e vacinação está fortemente associada a DND, mais que dobrando as chances de DND em comparação com a vacinação sozinha, sugerindo que esta combinação aumente as chances de DND além do que a vacinação isoladamente poderia causar, destacando a importância de considerar esses fatores de forma integrada em estudos futuros.
Implicações à Saúde Pública
Embora este estudo envolva uma investigação quantitativa sem investigar as causas dos eventos adversos à vacinação infantil, ele aponta para a urgência de pesquisa envolvendo a relação das vacinas com as múltiplas doenças reconhecidas como eventos adversos à vacinação. A disparidade de doenças infecciosas e doenças crônicas entre crianças vacinadas e não-vacinadas é gritante e revela que a segurança dos programas de vacinação infantil é sustentada por pura propaganda ao invés de investimento em estudos sérios sobre reações adversas.
Doenças infecciosas e doenças crônicas entre crianças vacinadas vs. não-vacinadas:
Rinite Alérgica: 10,4% vs. 0,4%
Outras Alergias: 22,2% vs. 6,9%
Eczema/Dermatite Atópica: 9,5% vs. 3,6%
Doenças Crônicas quaisquer: 44,0% vs. 25,0%
Otite Média: 19,8% vs. 5,8%
Pneumonia: 6,4% vs. 1,2%
Dificuldade de Aprendizado: 5,7% vs. 1,2%
TDAH: 4,7% vs. 1,0%
TEA: 4,7% vs. 1,0%
Distúrbios do Neurodesenvolvimento: 10,5% vs. 3,1%
As crianças vacinadas eram menos propensas a ter varicela (catapora) e coqueluche (pertussis), mas para outras doenças como rubéola, hepatite A e B, febre alta nos últimos 6 meses, sarampo, caxumba, meningite (viral ou bacteriana), gripe (influenza) e rotavírus, não foram observadas diferenças significativas entre crianças vacinadas e não-vacinadas. Esses resultados fazem questionar o custo-benefício da vacinação infantil em larga escala para o qual não há estudos direcionados. A propaganda induz a vasta maioria das pessoas a vacinar seus filhos em busca de proteção à saúde a ponto de haver escassez de crianças não-vacinadas para estudos comparativos. O que a maioria das pessoas não conta é com a manifestação silenciosa de doenças infecciosas, crônicas e neurodesenvolvimentais cujos números sugerem um prejuízo colossal para o curso das vidas em desenvolvimento.
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Referências Bibliográficas
Mawson, A.R., Ray, B.D., Bhuiyan, A.R. & Jacob, B. 2017 Pilot comparative study on the health of vaccinated and unvaccinated 6- to 12-year-old U.S. children. J Transl Sci 3(3): 1-12. doi: 10.15761/JTS.1000186