Ansiedade climática em crianças e jovens reportada ao The Lancet

Daniel Sheanan Colmenero Lin
1 de set. de 2023
Descubra como a doutrinação climática tem afetado a geração Z e suas implicações
A ansiedade climática e a eco-ansiedade estão ganhando atenção em todo o mundo à medida em que as pessoas se tornam cada vez mais preocupadas com ameaças globais atuais e futuras associadas às supostas mudanças climáticas propagandeadas pelas mídias e alardeadas em instituições de ensino. A sensação de uma crise climática tem importantes implicações para a saúde física e mental ao induzir pressões políticas e sociais. Neste sentido, pesquisadores do Reino Unido e EUA realizaram a primeira investigação em larga escala sobre ansiedade climática em crianças e jovens e sua relação com a resposta percebida dos governos. A pesquisa custeada pela AVAAZ incluiu 10 mil jovens de 16 a 25 anos de dez países, incluindo Austrália, Brasil, Finlândia, França, Índia, Nigéria, Filipinas, Portugal, Reino Unido e EUA. O objetivo de Hickman et al. 2021 foi compreender os pensamentos e sentimentos dos jovens sobre mudanças climáticas e as respostas governamentais.
A pesquisa descobriu que os entrevistados em todos os países relataram grande preocupação com as mudanças climáticas, com quase 59% dizendo que se sentiam muito ou extremamente preocupados (Fig. 1). Mais de 45% dos entrevistados disseram que seus sentimentos sobre mudanças climáticas afetaram negativamente suas vidas diárias, com a proporção variando de acordo com o país, mas consistentemente alta. Entre os jovens brasileiros, estes números saltam para 67% entre aqueles se sentindo muito ou extremamente preocupados, e para 50% entre aqueles jovens sentindo que suas vidas diárias são afetadas negativamente pela preocupação com mudanças climáticas. Os países que expressam mais preocupação e maior impacto no funcionamento tendem a ser mais pobres, no Sul Global. Portugal, que registava aumentos dramáticos nos incêndios florestais desde 2017, apresentava o nível de preocupação mais elevado entre os países do Norte Global. Pensamentos negativos, preocupação com as mudanças climáticas e impacto no funcionamento foram todos positivamente correlacionados e mostraram correlações com sentimentos de traição e crenças negativas sobre a resposta do governo. A relação entre pensamentos negativos e traição, bem como pensamentos negativos e percepção de fracasso do governo, permaneceu significativa mesmo quando o nível de preocupação foi constante.

Figura 1: Preocupação com as alterações climáticas e impacto no funcionamento.
O gráfico mostra a proporção da amostra que relata um impacto negativo no funcionamento devido aos seus sentimentos sobre as alterações climáticas e vários níveis de preocupação com as alterações climáticas. Os dados são mostrados para toda a amostra (n = 10.000) e por país (n = 1.000 por país).
COMO A ANSIEDADE CLIMÁTICA AFETA A VIDA DIÁRIA DOS JOVENS?
Mais de 45% das crianças e jovens inquiridos relataram que a ansiedade climática tem um impacto significativo no seu bem-estar e funcionamento. A ansiedade climática pode levar ao aumento do estresse, medo e preocupação, o que pode afetar a capacidade da criança de se concentrar, dormir e se envolver em atividades diárias. Também pode contribuir para sentimentos de desesperança e desespero. O estudo descobriu que os pensamentos climáticos negativos estavam positivamente correlacionados com o impacto no funcionamento, sugerindo que pensamentos negativos persistentes e preocupações sobre o clima podem interferir na capacidade de uma criança de navegar em suas vidas diárias.
A ansiedade climática é uma resposta ao bombardeio de informações gerando medo sobre crise climática. Embora não implique em doença mental, a ansiedade pode se tornar patológica podendo se tornar a origem de quadros fisiopatológicos afetando a homeostase geral de um indivíduo. A ansiedade climática pode estar ligada a várias emoções, incluindo preocupação, medo, raiva, tristeza, desespero, culpa, vergonha e esperança. A pesquisa neste campo tem se concentrado em emoções como luto climático, preocupação e medo, mas há pesquisas emergentes sobre outras emoções, como culpa e vergonha. Sentimentos complexos e, às vezes, concorrentes são frequentemente experimentados juntos e podem flutuar em resposta a eventos pessoais e mundiais. São emoções que alertam para o perigo e levam à busca de possíveis soluções ou à expressão de quadros patológicos induzidos por desordens fisiológicas quando o medo é mal resolvido na vida consciente. O artigo destaca a vulnerabilidade de crianças e jovens à ansiedade climática, pois eles têm pouco poder para limitar os danos causados pelas mudanças climáticas. Desse modo, a ansiedade climática pode levar a sentimentos de traição e crenças negativas sobre respostas governamentais, o que pode contribuir ainda mais para a angústia e a sensação de impotência entre crianças e jovens.
Vídeo: Kamala Harris diz que os jovens lhe relataram sofrer de "saúde mental climática". A doutrinação climática tem promovido confusão em termos de preparo para o futuro em termos de família, emprego e estudos. Assista!
IMPLICAÇÕES
As descobertas deste artigo indicam que a propaganda da crise climática fomentada por ONGs internacionais está surtindo efeito na mente da juventude. Ao informar formuladores de políticas públicas sobre a extensão da ansiedade climática entre crianças e jovens, os resultados do estudo podem servir para pressionar por respostas governamentais urgentes. Os resultados dessa pesquisa sobre saúde mental de crianças e jovens também podem ser usados no desenvolvimento de um senso comum entre pais, educadores e profissionais de saúde sobre mudanças climáticas. Colocar jovens na linha de frente da defesa do meio ambiente também desperta a reflexão moral sobre responsabilidade ambiental em adultos.
A natureza global da pesquisa fornece insights sobre as variações na ansiedade climática e percepções de resposta de governo em diferentes países. Isso pode facilitar colaborações internacionais para lidar com a ansiedade climática em escala global. O artigo enfatiza a necessidade de políticas e ações centradas na criança para mitigar mudanças climáticas e proteger as gerações futuras de seus efeitos adversos. A pressão se dá em prol da construção de regulamentos supranacionais para lidar com o tratamento de recursos naturais. Com isso se objetiva induzir as nações a ceder soberania sobre seus territórios em prol da governança supranacional por ONGs globais não eleitas financiadas por grandes corporações.
Por fim, criar um ambiente de preocupação em torno da causa ambiental na mente dos jovens, mesmo que seja uma paranoia sem comprovação científica, os pressiona a pensar na sociedade civil e no livre mercado como culpados pelo futuro do planeta. Essa doutrinação induz a geração a ser mais complacente ao ceder soberania ao Estado, em especial, um Estado maior para regular o uso de recursos naturais através de acordos e tratados internacionais. Esta agenda política é promovida pelas próprias grandes corporações que almejam ter controle sobre os recursos naturais globalmente através da governança global por intermédio de ONGs internacionais. O objetivo dentro da revolução tecnológica é tokenizar a natureza para transferir a riqueza das nações pelo mundo.
E se você conhece alguém com ansiedade climática, mostre este vídeo (em desenvolvimento)
REFERÊNCIAS:
Hickman, C., Marks, E., Pihkala, P., Clayton, S., Lewandowski, R.E., Mayall, E.E., Wray, B., Mellor, C. & van Susteren, L. Climate anxiety in children and young people and their beliefs about government responses to climate change: a global survey. Lancet Planet Health. 2021 Dec;5(12):e863-e873. doi: 10.1016/S2542-5196(21)00278-3. PMID: 34895496.