Daniel Sheanan Colmenero Lin
7 de set. de 2024
Da criação à destruição de BioLabs do Pentágono na Ucrânia
Ao entrar no site da embaixada dos EUA na Ucrânia, na seção escritórios, em Defense Threat Reduction Office, o navegante encontrará a página do Programa de Redução de Ameaças Biológicas (BTRP – Biological Threat Reduction Program). No segundo e terceiro quadros à direita, o visitante encontrará em Fact Sheets, PDFs sobre os projetos de 13 laboratórios biológicos e/ou institutos de pesquisa, bem como a origem do financiamento, o tamanho do investimento, a equipe contratada, o agente beneficiário, a localização, dentre outras informações. A seguir a lista de laboratórios e a data de aceitação do Estado para construção dos mesmos:
Laboratório Veterinário de Diagnóstico Regional do Estado de Dnipropetrovsk – 19/07/2012
IVM da Academia Nacional de Ciências Agrárias – 15/04/2013
Laboratório Central de Referência (CRL) – 30/09/2009
Laboratório de Diagnóstico Kherson – 28/12/2012
Laboratório de Diagnóstico Ternopil – 25/12/2012
Laboratório de Diagnóstico Zakarpartska – 23/07/2011
Instituto de Pesquisa de Epidemiologia e Higiene de Lviv (LRIEH) – 28/07/2011
Laboratório de Diagnóstico de Lviv – 25/12/2012
Laboratório Regional de Diagnóstico Veterinário de Lviv – 27/12/2012
Laboratório de Diagnóstico de Kharkiv – 29/12/2012
Laboratório Regional de Diagnóstico Veterinário de Luhansk (Luhansk RDVL) – 14/02/2013
Laboratório de Diagnóstico de Dnipropetrovsk – 03/10/2011
Laboratório de Diagnóstico Vinnytsia (Vinnysia DL) – 31/08/2010
O órgão doador é o Departamento de Defesa dos EUA (DoD) ou a Defense Threat Reduction Agency (DTRA), uma agência executiva do DoD, enquanto a Black & Veach figura sempre entre as equipes contratadas. O custo total dos laboratórios para design, construção, equipamentos e móveis de laboratório foi da ordem de US$ 24,391,854.
Em meados de abril de 2020, a Porta Voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia Maria Zacharova expressou preocupação sobre o crescimento da presença biológica americana nas ex-repúblicas soviéticas. Para ela, em tais laboratórios, trabalho pode ser feito para criar e modificar os agentes causativos de perigosas doenças, incluindo para propósitos militares. Em 29 de abril de 2020, Zacharova foi apoiada pelo representante oficial do Ministério das Relações Exteriores chinês, Gen Shuang, que disse que autoridades chinesas consideravam que a presença dessas facilidades americanas na ex-União Soviética era perigoso. O Ministério das Relações Exteriores da China pediu aos EUA “que publicassem todos os detalhes sobre seus laboratórios biológicos na Ucrânia” e instou as partes envolvidas a garantirem sua segurança.
Cerca de um mês após a invasão da Rússia à Ucrânia, Moscou afirma ter descoberto instalações de armas biológicas ligadas aos EUA na Ucrânia aparentemente destinadas exclusivamente ao uso militar. Em 09/03/2022, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, disse que Washington deve a Moscou e ao mundo uma explicação.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, disse:
“As atividades biomilitares dos EUA na Ucrânia são apenas a ponta do iceberg. Sob nomes diferentes, o Departamento de Defesa dos EUA controla 336 laboratórios biológicos em 30 países”. O porta-voz acrescentou: “Os Estados Unidos bloquearam a construção do protocolo de verificação da Convenção sobre Armas Biológicas durante 20 anos e recusam-se a aceitar inspeções de instalações biológicas dentro e fora das suas fronteiras, o que só aumenta as preocupações da comunidade internacional”.
O site do Escritório de Redução de Ameaças de Defesa da embaixada norte-americana na Ucrânia declara que:
“O Programa de Redução de Ameaças Biológicas do Departamento de Defesa dos EUA colabora com países parceiros para combater a ameaça de surtos (deliberados, acidentais ou naturais) das doenças infecciosas mais perigosas do mundo. O programa cumpre sua missão de redução de ameaças biológicas por meio do desenvolvimento de uma cultura de gerenciamento de risco biológico; parcerias internacionais de pesquisa; e capacidade de parceria para medidas aprimoradas de biossegurança e biovigilância. As prioridades do Programa de Redução de Ameaças Biológicas na Ucrânia são consolidar e proteger patógenos e toxinas preocupantes para a segurança e continuar a garantir que a Ucrânia possa detectar e relatar surtos causados por patógenos perigosos antes que eles representem ameaças à segurança ou à estabilidade”.
A história, no entanto, contra outra versão que inclui o interesse na desestabilização da Rússia, influência na Revolução Ucraniana de 2014, além de vazamentos que serão contados em matéria futura na seção Crises Políticas. Mas se desejar agora saber o que a Rússia encontrou em Biolabs americanos na Ucrânia acesse: