Daniel Sheanan Colmenero Lin
25 de mai. de 2023
Mundo à beira do totalitarismo conforme governos agem para legalizar a censura a informações classificadas como desinformação e fake news
Ecomodernista e autor de obras acerca de temas envolvendo política, meio ambiente, mudanças climáticas e energia nuclear, Michael Shellenberger também é conhecido por ter concorrido ao cargo de governador da Califórnia em 2018 pelo Partido Democrata norteamericano. Shellenberger é aparentemente um ex-esquerdista que foi despertado pelas ocorrências na Califórnia, bem como pela guerra da esquerda partidária contra a liberdade de expressão globalmente. Shellenberger renunciou ao Partido Democrata é uma das personalidades que Elon Musk recrutou com o propósito de levar à cabo os "Arquivos Internos do Twitter".
Ele agora tem soado o alarme sobre a guerra contra a liberdade de expressão nos EUA e ao redor do mundo ao sugerir que tudo está conectado. No Twitter recentemente ele postou o vídeo a seguir com a seguinte descrição:
“Imagine que você vivia em uma sociedade em que poderia ser preso pelo que disse – ou simplesmente acreditou. É para lá que o Ocidente parece caminhar. O que você está disposto a fazer para evitar que essa possibilidade aterrorizante se torne realidade”?
E complementa:
“Ontem expusemos a existência de um esforço sigiloso e coordenado por governos em todo o mundo ocidental para a censura. Ainda estamos investigando o que exatamente está por trás das repressões simultâneas na União Europeia, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Irlanda e Brasil, mas parece que surgem como consequência do backlash no ano passado da proposta do Presidente Joe Biden de um "Conselho de Governança de Desinformação", que forçou esforços de censura no exterior. O mais perigoso deles está na UE. Se os europeus permitirem que a UE censure o Twitter, Facebook e outras plataformas de mídia social, a censura pode se tornar mundial. A resposta à nossa reportagem foi avassaladora. Recebemos mensagens de jornalistas, advogados e cidadãos comuns dos países afetados que desejam se juntar ao nosso movimento de resistência pró-liberdade de expressão. Muitos não tinham ideia do que seus governos estavam fazendo. Outros, como Ben Scallon da Gript Media na Irlanda, documentaram esforços de censura governamental sobre a Covid que eram estranhamente semelhantes aos esforços de censura revelados pelos Arquivos do Twitter e do Facebook. Em resposta, a Public está criando duas novas redes, Jornalistas pela Liberdade e Advogados pela Liberdade, que serão globais em sua natureza e cuja missão será documentar e interromper esses ataques à nossa liberdade. Envie um e-mail para Gaby Haigh para se juntar. Não podemos fazer isso sozinhos. Somos apenas um pequeno grupo de pessoas e carecemos de financiamento e pessoas para enfrentar isso. Já nos unimos a Matt Taibbi e ao Racket, o que tem sido extremamente útil para expor o Complexo Industrial de Censura. Mas não é suficiente. Pense por um momento em quanto você valoriza viver em uma sociedade livre. Imagine que você vivesse em uma sociedade onde poderia ser preso pelo que disse online - ou em um jantar. É para onde estamos caminhando. Quanto você pagaria para evitar que esse tipo de totalitarismo emergisse no Ocidente? Suspeito que você, como muitos de nós, sacrificaria significativamente para evitar viver em uma sociedade repressiva como a que existiu sob o fascismo e o comunismo. Se você já se inscreveu, por favor, considere fazer uma doação dedutível de impostos para o Environmental Progress, que criou um site atualizado regularmente para reunir todas as reportagens da Public, Racket e dos procuradores-gerais do Missouri e Louisiana, e outros em um único local - e que cada vez mais "denunciará" os censores totalitários que estão tentando nos tirar as liberdades. Aqui está o problema: os censores não estão desistindo. Todos os dias ficamos chocados ao descobrir novos episódios de censura. Considere essas descobertas incríveis, que descobrimos apenas nas últimas 48 horas”.
Recentemente, ele também escreveu no Substack:
https://public.substack.com/p/world-on-cusp-of-woke-totalitarianism
“Os Arquivos do Twitter nos deram uma visão de como agências governamentais, sociedade civil e empresas de tecnologia trabalham juntas para censurar usuários de mídias sociais. Agora, nações-chave estão tentando consagrar essa coordenação em lei de forma explícita. Ao redor do mundo, políticos acabaram de aprovar ou estão à beira de aprovar novas leis abrangentes, que permitiriam aos governos censurar cidadãos comuns em mídias sociais e outras plataformas da Internet. Sob o pretexto de prevenir ‘danos’ e responsabilizar grandes empresas de tecnologia, vários países estão estabelecendo um vasto e interligado aparato de censura, como descobriu uma nova investigação da Public. Políticos, ONGs e seus apoiadores na mídia afirmam que seu objetivo é apenas proteger o público da ‘desinformação’. No entanto, definições vagas e brechas nas novas leis criarão oportunidades para ampla aplicação, abuso e excesso de poder. Na Irlanda, por exemplo, o governo em breve poderá prender cidadãos simplesmente por possuírem material que os oficiais decidam ser ‘odioso’. Sob o Restrict Act nos EUA, o governo em breve poderá ter autoridade para monitorar a atividade na Internet de qualquer americano considerado um risco à segurança. Os governos visam o controle total. No Canadá, uma agência estatal pode filtrar e manipular o que os canadenses veem online. Na Austrália, um único funcionário do governo pode obrigar as empresas de mídias sociais a removerem postagens. Governos e ONGs aliadas pretendem forçar as empresas de tecnologia a cumprir suas regras. Legisladores do Reino Unido ameaçaram prender os gerentes de mídias sociais que não censuram conteúdo suficiente. E o Brasil introduziu penalidades severas para plataformas que não removem ‘fake news’. A principal área de ação é a União Europeia. Ela está buscando novos poderes abrangentes para regular as empresas de mídias sociais. E se agir, pode alterar a forma como as empresas de mídias sociais operam em todo o mundo, dada a influência e poder econômico da UE globalmente. Sob o Ato de Serviços Digitais da UE, as grandes empresas de tecnologia devem compartilhar seus dados com ‘pesquisadores verificados’ de organizações sem fins lucrativos e acadêmicas, o que cederia a moderação de conteúdo para ONGs e seus patrocinadores estatais. O Restrict Act dos EUA, patrocinado pelo senador Mark Warner (D-VA), ameaça 20 anos de prisão ou uma multa de US$ 250.000 por acessar sites na lista negra por meio de "redes virtuais privadas" (VPNs), que são maneiras de criar uma conexão privada entre um computador ou telefone e a Internet. Não houve um momento semelhante a este nos cerca de 30 anos de uso generalizado da Internet pública nas sociedades ocidentais. Os governantes têm introduzido essas políticas principalmente no meio da noite, com pouca publicidade ou protesto. Houve um verdadeiro apagão do que está acontecendo por parte das corporações de mídia de notícias tradicionais, muitas das quais parecem apoiar as novas leis. Como mostrado com os Arquivos do Twitter, o Complexo Industrial de Censura está igualmente focado em desacreditar fatos precisos, narrativas verdadeiras e criadores de conteúdo que ameaçam seu poder, ao mesmo tempo em que promove aqueles que o fortalecem. Estamos testemunhando a emergência de um aparato governamental com o poder de controlar o ambiente de informação, determinando o que as pessoas acreditam ser verdadeiro e falso. Dessa forma, não é exagero dizer que o Ocidente está à beira de uma nova e muito mais poderosa forma de totalitarismo do que o Comunismo ou o Fascismo, que eram limitados em sua abrangência geográfica. Se quisermos derrotá-lo, precisamos entendê-lo. Por que os governos estão tentando reprimir a liberdade de expressão, seja na Nova Zelândia, nos Países Baixos, no Brasil ou no Canadá? Por que agora? E por que eles estão saindo impunes”?
O dínamo que impulsiona a repressão à sociedade civil está além de nossas fronteiras espalhado ao redor de todas as nações como um vírus que infectou todas as células do mundo, de tal modo que a luta pela liberdade assume dimensões incontroláveis.